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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Bolinho de bacalhau

Se minha mãe ler esse post, não vai acreditar...

Sempre detestei bacalhau. Não podia sentir o cheiro do peixe salgado. Por causa do cheiro, nunca experimentei...Sério, não sei qual é o gosto de uma posta de bacalhau. O único "derivado" que como é mesmo o bolinho, do qual até gosto bastante.

Nem em visita à terrinha consegui comer bacalhau. Preferi ficar segura com minhas queridas sardinhas na brasa. E olha que sou uma "brasileira portuguesa" por parte de pai, tio, vó, vô, bisavó, bilhete de identidade e etc! Fui praticamente criada, no Brasil - do zero aos 21 anos - pela minha bisavó, imigrante portuguesa do povoado de Cótimos, Trancoso.

Tá bom, uma portuguesa assim, meio "paraguaia", 99% brasileira...mas fui criada "cheirando" o bacalhau comprado "de cabo a rabo" (devidamente demolhado no tanque de roupas, aos quilos, para meu desespero!!!) e "comendo" as sardinhas, as batatinhas cozidas com bastante azeite, o caldo verde, as amêndoas doces, a alheira, os coscuréis.

Acabei com meu preconceito com o bacalhau há exatamente 4 dias. Brasil X Portugal era o jogo da Copa e logo veio a idéia do bolinho na cabeça. Pesquisei na internet, no Youtube, liguei para a Vó Adozinda. Juntei uma dica com outra e fiz o meu bolinho de bacalhau, do jeito que achei mais certo.

E, apesar da "onipresença sufocante" do monótono churrasco ter estragado a "festa do bolinho", houve quem gostou muito e pediu a receita no blog, sob pena de comentários malcriados...êita! Então anota aí!

Para começar (dias antes): comprando e limpando o bacalhau

Para o bolinho, você pode comprar as peças mais finas (ganha mais na hidratação), apesar que as mais grossas são bem mais fáceis de limpar. Escolha as mais claras (cor de palha), porque as escuras geralmente são gordurosas. Também escolha as partes mais lisas (ou seja, "retas"), pois a pele sairá mais fácil ao puxar. Fuja do rabo, na minha opinião. Compre 1 kg (gastei em torno de R$ 30,00 com 1 kg de gadus morhua). Leia mais sobre os tipos de bacalhau aqui.

Deixe o bacalhau de molho na água com dois ou três dias de antecedência. Deixe sempre na geladeira e troque a água frequentemente. A idéia é tirar o sal do bacalhau, portanto, quanto mais dias de molho, melhor.

Bem, após o molho, temos que desfiar o bacalhau. Para tanto, é preciso, antes, tirar a pele e as espinhas. A pele se retira facilmente após hidratado o bacalhau: é só puxar. Inclusive, esta é uma característica do legítimo bacalhau, em que a pele sai facilmente. Sugiro retirar agora, pois, após escaldar (veja mais abaixo), as escamas começam a despregar e cair na carne do bacalhau.

Por outro lado, as espinhas dão trabalho. Creio que em Portugal se usa o bacalhau cru. Se você der conta de retirar as espinhas da carne crua, tudo bem. Mas eu não consegui! A dica é "escaldar" o bacalhau, pois, com a carne levemente cozida (na verdade, quase crua), fica muito mais fácil separá-la das espinhas. Faça assim:

1) leve uma panela com água ao fogo até ferver; 2) após ferver, junte os pedaços de bacalhau e espere a água ferver novamente; 3) aguarde um minutinho e retire o bacalhau. Tire, então, as espinhas.

Desfiando o bacalhau

Eu confesso que usei um processador de alimentos manual para desfiar o bacalhau. Mas "os mais letrados na cozinha" dão a seguinte dica para esta tarefa: coloque os pedaços de bacalhau no meio de um pano de prato; dobre a metade do pano por cima do peixe e faça movimentos como se estivesse "lavando roupa", esfregando mesmo o bacalhau. Neste vídeo aqui, o chef desfia o bacalhau assim.

Fazendo os bolinhos finalmente!

A receita é bem simples e, por favor, não inventem de colocar farinha disso e daquilo achando que o bolinho vai ficar mole, porque não fica! No máximo, um cálice de vinho do Porto...quem sabe! Os ingredientes são:
  • batatas asterix (de casca vermelha) cozidas e amassadas
  • a mesma medida de bacalhau desfiado
  • salsa picada
  • noz moscada
  • ovos para dar liga
  • óleo + azeite para fritar
Modo de fazer:
  1. Para cada quilo de batata, use um quilo de bacalhau desfiado (aqui não tem economia!).
  2. O segredo para um bolinho de bacalhau firme, que não desmancha no óleo, é evitar ao máximo água na massa. A água pode vir tanto do escaldo do bacalhau, quanto da batata. Com relação ao bacalhau, é interessante enxugá-lo no pano de prato após escaldá-lo ou deixá-lo escorrendo numa peneira antes de usar. Já quanto às batatas, eu prefiro assá-las no microondas* ao invés de cozinhá-las em água. Mas se você optar pela segunda opção, cozinhe as batatas com as cascas na mesma água em que escaldou o bacalhau. Descasque depois.
  3. * No meu microondas, 1 kg de batatas (com cascas) levou 12 minutos para assar em potência máxima, virando-as na metade do tempo. Não se esqueça de furar as batatas com um garfo antes de levá-las ao microondas!
  4. Espere as batatas esfriarem antes de usar, pois isso também ajuda a evaporar um pouco da água interna (mesmo porque você não vai dar conta de colocar as mãos na mistura com batatas quentes!).
  5. Misture tudo com as mãos (sugiro usar luvinhas para suas queridas mãozinhas não ficarem "cheirosinhas").
  6. Coloque bastante salsinha picada na mistura (aqui também não pode ter economia, mas vai do seu gosto)!
  7. Prove e acerte o tempero. Coloque um pouco de noz moscada. Cuidado, pois sal, muito provavelmente, não vai precisar.
  8. A quantidade de ovos dependerá da consistência da sua mistura de batata + bacalhau e só devem ser usados tantos ovos quantos forem necessários para dar liga e modelar a massa com as mãos em bolinhos macios. Eu usei 2 ovos para um quilo de batata/bacalhau o que resultou num bolinho macio, mas firme. Sugiro fritar algumas "cobaias" até acertar o ponto do seu gosto.
  9. Tem gente que gosta do bolinho mais mole, para deitar no óleo usando duas colheres (que nem bolinho de arroz), ao invés de modelá-los previamente com as mãos. Minha mãe faz assim e também fica bem gostoso!
  10. Frite numa mistura de óleo + azeite (comum, sem ser o extravirgem), na proporção que seu bolso permitir!
  11. Você pode congelar seus bolinhos crus (vide foto).
Eu já falei que Portugal é lindo demais? Para terminar, uma foto do maravilhoso vale do Rio Douro e suas "encostas vinhateiras":


domingo, 20 de junho de 2010

Sobremesa mesclada de uva

A foto não está "lá aquelas coisas", eu sei! Mas essa sobremesa é uma das melhores que já comi.

Eu comi na casa da minha amiga "Tati". Depois, descobri a receita na internet e agora ela veio parar no blog.

Ela não é elaborada, mas tem tudo que a gente gosta: fruta, cremes macios e docinhos que desmancham na boca e ... chocolate! O azedinho e crocante da fruta (uva ou morango, você escolhe) combina com o doce e veludo dos cremes...hum, delícia!

Acho que ela ficaria mais bonita se montada individualmente em taças (de vinho mesmo ou de sorvete), depende da ocasião. Fica a sugestão!

Sobremesa mesclada de uva:
  • bagos de uva Itália sem sementes ou uva Thompson, cortados ao meio (não importa se estiverem azedinhas) OU morangos cortados ao meio - para forrar uma travessa ou o fundo de taças individuais
Creme 1:
  • 1 lata de leite condensado
  • 2 latas (medida) de leite
  • 2 colheres (sopa) de maizena
  • 1 colher (sopa) de manteiga sem sal
  • 2 gemas
  • 1 caixinha de creme de leite (opcional)
Leve tudo ao fogo (exceto o creme de leite), mexendo sem parar, até engrossar. Retire do fogo e acrescente o quanto baste de creme de leite para atingir a textura/gosto de sua preferência (é opcional). Cubra com filme plástico encostado no creme (para não criar nata) e espere esfriar antes de utilizar.

Creme 2:
  • 400 g de chocolate meio amargo, ao leite ou a mescla dos dois (use chocolate sem glúten para celíacos)
  • uma lata de creme de leite sem soro
Derreta o chocolate no microondas (3 minutos, mexendo no meio tempo) ou em banho-maria e acrescente o creme de leite (fora do fogo).

Montagem: as uvas vão ao fundo, em seguida o creme 1 e, depois, o creme 2. Façam e depois me contem o que acharam!

Bolo de pêra ou maçã no liquidificador


Bolo fácil, chique e delicioso! Eu fiz de pêras, mas a receita original é de maçã.

Colocar no liquidificador, na ordem:
  • 3 ovos
  • 1 xícara de óleo
  • 1 e 1/2 xícaras de açúcar (eu usei 1 de açúcar comum e 1/2 de açúcar mascavo)
  • 2 xícaras de farinha de trigo
  • 1 colher (sopa) de canela
  • as cascas de 3 maçãs ou pêras pequenas (ou 2 grandes)
À parte, picar as maçãs/pêras e misturar à massa com uma colher. Acrescentar:
  • 1 colher (sopa) de fermento em pó químico e, opcionalmente,
  • 1 xícara de castanhas de sua preferência trituradas (eu usei amêndoas e castanhas-do-pará), sendo 1/2 xícara na massa e 1/2 xícara sobre a massa, já na fôrma, antes de assar;
  • um punhado de uvas passas; e
  • uma colher (chá) de essência de amêndoas.
Colocar a massa em fôrma de anel untada e enfarinhada e levar ao forno por, mais ou menos, 50 minutos, a 180 graus. Faça o teste do palito após 40 minutos, para ver se está assado: se sair molhado, deixe mais 5 minutos e assim por diante.


Coma quente e com uma bola de sorvete de creme! Fica muito mais gostoso!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Bolo de cenoura

A receita é de um blog fenomenal, que muita gente já conhece e acompanha, a Technicolor Kitchen.

O bolo ficou uma delícia! Bem, ficou do jeito que eu gosto e queria: fofíssimo e com aquela caldinha de chocolate que fica durinha depois de fria.

Bolo de cenoura
  • 250 g de cenouras em pedaços (aproximadamente 3 cenouras pequenas ou duas xícaras de chá)
  • 260 g de farinha de trigo (= aprox. 2 xícaras de chá + 3 colheres de sopa)
  • 320 g de açúcar (= 2 xícaras de chá)
  • 4 ovos médios ou 3 grandes
  • 200 ml de óleo
  • 1 colher (sopa) de fermento em pó
  • 1 pitada de sal
Bater tudo no liquidificador (líquidos em baixo) e deitar em fôrma untada e enfarinhada. Levar ao forno pré-aquecido a 180 graus.

Calda de chocolate
  • 4 colheres (sopa) de chocolate em pó (sem açúcar)
  • 4 colheres (sopa) de açúcar
  • 1 colher (sopa) de manteiga sem sal
  • 2 colheres (sopa) de leite
Leve todos os ingredientes ao fogo, mexendo até ferver. Deixe esfriar um pouco antes de usar.
Eu sempre furo o bolo com um garfo antes e jogar a calda por cima.
Depois que esfria, essa calda fica durinha.

domingo, 6 de junho de 2010

Ovos mexidos perfeitos

Para fazer aqueles ovos mexidos macios que você talvez tenha comido em algum hotel, mas não consegue fazer igual de jeito nenhum em casa, siga essas dicas:
  1. para cada ovo usado, misture uma colher de chá de leite.
  2. para cada dois ovos usados, coloque uma pitada de sal (uma pitada = use três dedos).
  3. misture tudo previamente com um fouet.
  4. para fritar, use uma frigideira de teflon (preferencialmente) e um pouco de manteiga, ao invés de óleo (não deixe a manteiga queimar, pois escurece!).
  5. use fogo médio.
  6. use o fouet para continuar mexendo os ovos e, assim que eles pegarem a consistência mínima para "desgrudar" da frigideira e já ficarem com a carinha desejada, transfira para o prato (fritar demais deixa os ovos duros). Dica: fica um amarelo bem clarinho e molhadinho...se ficar amarelo escuro, passou do ponto. É bem rápido mesmo!
  7. coma com uma pitadinha de pimenta do reino.
Hoje eu fiz e ficaram perfeitos! O segredo, realmente, é saber tirar os ovos da frigideira assim que eles parecerem minimamente cozidos. Se deixar descansando na frigideira, ainda que o fogo esteja desligado, continuam fritando e passam do ponto. Ah, tem gente que gosta de colocar cream cheese (uma colher de sopa para cada ovo).

A foto não é minha, pois não achei a máquina a tempo! :-( . Fonte: http://www.egglandsbest.com/recipes/breakfast-brunch.aspx?Page=2

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Homenagem ao american way of eating

Conforme já comentei anteriormente, estive em viagem de férias pela costa oeste dos EUA.

Gosto de vivenciar profundamente a experiência de viajar, tentando me afastar, o tanto quanto seja possível, de locais típicos de turistas, para observar melhor a vida cotidiana do lugar. Gosto de tirar fotos dos estilos das casas, dos jardins, de algumas pessoas que passam, da comida, de entrar nos mercados. Tudo para me lembrar, depois, da atmosfera, dos cheiros e dos sabores.

Tive a sorte de visitar a Califórnia na primavera, época em que o solo está mais irrigado devido ao degelo das regiões altas, e, portanto, das safras de frutas como o morango e a cereja, e tantos outros produtos agrícolas, como pude perceber viajando pelas estradas:


Imagino que esta época deve ser uma "festa" para os chefs de cozinha de lá...Também tive a oportunidade de ir em alguns restaurantes na Serra Nevada e provei pratos que nitidamente tentavam explorar essa riqueza agrícola, da qual eles se orgulham tanto. Porém, na minha humilde opinião, a pressa de utilizar os ingredientes da época, depois de um inverno rigoroso, parece ser tão grande que se mistura tudo, sem muito critério: milho com tomate seco com ervas com peixe com abobrinha com batata, tudo num mesmo prato...parece exagerado.

Não gostei dos pratos do que aqui chamamos de "almoço" (mais comum, para eles, no jantar). Tudo é temperado demais com pimenta do reino e, desconfio, também com a pimenta cayenne. Ela está presente acentuadamente nos cheiros e gostos de tudo que estiver num prato e não for sanduíche (até no pobre purê de batatas!). Resultado é uma inevitável dorzinha de barriga diária, mas nada que prejudique o passeio...

No entanto, o café da manhã, os sanduíches e a comida tex-mex são de arrasar! O café é muito bem servido e com menos de 10 dólares você come panquecas, ovos, sausages e bebe café até sair rolando do restaurante. Numa bed & breakfast em que ficamos hospedados, depois que comentei que eu achava que "eles" comiam demais no café da manhã, a dona nos contou que eles não têm o hábito do almoço - um lanchinho basta - e que eles só vão comer bem de novo à noite.

Preparei um "medley" de imagens do que eu comi lá:

1 - panquecas recheadas com cheesecake do Ihop.
2 - cheesecake original do The Cheesecake Factory.
3 - panquecas e ovos no café da manhã do Black Bear Diner.
4 - blueberries.
5 - batatas fritas com chili e cheddar no Wipe Out Bar & Grill.
6 - burrito gigante (recheado com arroz, feijão, carne...).
7 - burrito gigante 2.
8 - sanduíches e frituras deliciosas no Ihop.

Não parece à tôa que a maioria dos americanos esteja obesa, já que a comida que eu achei "gostosa" é também a mais barata - e gorda. Um jantar com "comida no prato" numa Steak House, por exemplo, não sai por menos de 40 dólares por pessoa (para mais), enquanto que um combo promocional com três itens bem gordurentos, no Jack in the Box, custava a merreca de 3 dólares.

Bem, e para terminar, uma variante do famoso "peanut butter cupcake" (um chocolate popular comercializado pela Hershey's lá). São dois biscoitos unidos por generosa camada de creme de amendoim e envoltos por chocolate! ;-)


terça-feira, 1 de junho de 2010

Novidades pós-férias

O blog andava meio paradão porque eu estava de férias. Fui para a Califórnia, passeei bastante, comi muita panqueca com syrup; muito sanduíche; tomei muita coca-cola; experimentei muitos legumes, verduras e frutas da primavera californiana (ah, blueberries!). Também namorei a "kitchen aid" em algumas lojas, mas acabei não comprando por um misto de preguiça de carregá-la + amor à minha planetária da Arno, que foi presente de casamento da minha avó.

Mas comprei tantas outras coisas baratinhas e que me encheram de alegria! Uma delas foi o livro acima, que é excepcional (para quem ama cookies, como eu!). Achei o índice muito inteligente, pois separa as receitas por textura e relaciona a foto de cada receita com a página. Em breve estarei testando algumas!

Também comprei forminhas de silicone para muffins e cupcakes (na base de 2 dólares cada 6 grandes ou 12 pequenas!!!), um cookie scoop da OXO (culpa da Cinara, que me fez querer um), xícaras e colheres medidoras da Betty Crocker (também a menos de 2 dólares!!!) e uma carinha feliz do Mickey para imprimir nas fatias de pão antes de irem para a torradeira. Aliás, vou deixar a dica de duas lojas americanas ótimas para comprinhas para a casa toda: a Bed Bath & Beyond e a Sears. O Mickey é de uma loja da Disneylândia californiana.

Fiquei impressionada de como a vida de uma dona de casa nos EUA é muito mais prática que no Brasil. Elas têm acesso a muitos utensílios e eletrodomésticos que trazem muita praticidade na cozinha a preços bastante módicos. Também os produtos de supermercado facilitam demais a vida, com embalagens práticas e recicláveis (nada de saquinhos e sacolinhas plásticas para todo lado!!!) e muitas misturas prontas - e boas. Claro que também vi muito consumismo exacerbado, produção desmesurado de lixo (como os copos e mais copos de papel de café todo dia) e um excesso no tamanho das porções de comida...

Bem, é isso aí. Em breve, retomo as operações brasileiras no blog! Abs!

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