Páginas

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Adoçantes?

Já faz algum tempo que estou preocupada com o consumo do adoçante, especialmente porque eu não sabia nada sobre eles. Sempre desconfiei daquela bruxaria em que um simples gotinha inofensiva podia se transformar em várias colheres de açúcar...ainda mais eu, que sou da época em que não se costumava usar adoçantes com tanta frequência.

Hoje resolvi pesquisar e dividir o resultado com vocês. Esse papo destina-se especialmente aos não-diabéticos. Os diabéticos devem procurar informações específicas sobre qual adoçante podem consumir, já que nem todos são recomendados (alguns possuem alto poder energético, sendo vedados aos diabéticos e eu não desci tão fundo em minha pesquisa, ok?).

A preocupação começou quando minha irmã, formada em odonto, me alertou que o adoçante de cliclamato monossódico e sacarina sódica (aquele transparente e mais barato na prateleira do mercado) pode ser responsável pelo aumento da pressão arterial. Claro que, depois de anos estudando química na escola, deveríamos lembrar que se trata do sódio só de ler a composição química no rótulo.

Trocando em miúdos, e simplificando a coisa de uma maneira bastante "leiga", adoçante de sacarina sódica é sal. Ok, eu sei que sódio não é sinônimo de sal e também não sei se adoçante é um composto iônico formado da reação de uma base com um ácido (definição química de sal, uau!), mas o que importa aqui é a mensagem do dever de moderação para a saúde arterial, especialmente dos hipertensos. Tem umas vovós por aí que ficam "esguichando" adoçante na xícara de café e depois reclamam que sentem cefaléia...cuidado!

O problema é que o mau hábito de uma vida toda vai se manifestar mesmo só lá depois dos 40...e acho que estamos muito promíscuos no uso de adoçantes (e alimentos dietéticos, como os refrigerantes "zero", que contêm adoçantes).

Não é o sal propriamente o vilão das doenças de pressão arterial, e sim o sódio. Claro que o adoçante é só um dos muitos alimentos que consumimos atualmente ricos nesse nutriente (enlatados, embutidos, sopas prontas, caldos em cubinhos, leite e derivados, defumados, frutos do mar...). Segundo a Secretaria da Saúde de São Paulo, "por dia, o consumo ideal recomendado por especialistas é de 2,4g de sódio, equivalente a 6g de sal de cozinha. Mas deve-se levar em conta também o sódio contido em alimentos naturais. O paciente hipertenso deve restringir para 4g de sal por dia ou 1,6g de sódio diários.". Ou seja, é bem pouquinho, considerando a dieta de um dia todo.

Bem, aparte dessa questão, também tinha dúvidas sobre as diferenças entre os adoçantes (sacarina, aspartame, estévia, sorbitol, etc). Em breve resumo, o que me interessou foi descobrir que existem os adoçantes (ou edulcorantes) naturais e sintéticos.

Estévia, frutose e sorbitol, além de calóricos, são naturais (presentes e extraídos de plantas e frutas naturais), enquanto ciclamatos, sacarinas e aspartame são substâncias artificiais não calóricas. Ciclamatos e sacarinas são produzidas a partir de derivados do petróleo...eca! E o aspartame (aquele da gota branquinha e que adoça menos), da combinação de dois aminoácidos, encontrados normalmente nos alimentos (metil-éster-fenilalanina e ácido-aspártico).

Espantou-me o fato do estévia ser extraído de uma planta originária da fronteira do Brasil com o Paraguai e que é o adoçante mais consumido no Japão. E vocês sabem que os japoneses sempre estão um passo (ou vários) na nossa frente...

Há inúmeras especificidades em relação a cada um, de modo que vou deixar os sites que li para vocês mesmo darem uma conferida: clique aqui e/ou aqui. Não deixem de ler, por favor. Cada um tem seus prós e contras (mais contras do que prós), e, na verdade, o ideal é não consumir adoçante nenhum.

Acho que depois de estudar um pouco o assunto, vou começar a introduzir o açúcar mascavo na minha alimentação. Eu já o consumia, mas usava-o mais para fins culinários. O açúcar mascavo contém proteínas, gordura, cálcio, fósforo, ferro, vitamina B1, B2, niacina, vitamina C, sódio, potássio, magnésio, cobre e zinco. E se tiver que escolher um adoçante, o estévia parece ser o mais indicado, por ser de origem vegetal.

O problema maior é que acostumamos a colocar aquela garrafinha na mesa, não compramos mais açucareiros (reparem nas listas de casamento e chá de cozinha!) e odiamos o açúcar refinado, transformado no belzebu da vida saudável. Não falta razão ao ódio ao açúcar refinado, já que possui zero nutrientes, rouba o estoque de minerais para ser digerido e ainda contêm substâncias cancerígenas. Mas o adoçante não é nada diferente. Por que houve então essa transição tão rápida do açúcar para o adoçante? Só porque é mais leve, dura mais e "não engorda"? É uma espécie de histeria coletiva, um "incidente em antares" mundial.

Na seleção darwiniana do ser humano, acho que os adoçantes não entraram como fator distintivo de nossa evolução. Desse modo, não podemos culpar nosso corpo se não conseguimos processar e excretar corretamente essas substâncias que resolvemos "engolir" só para tentarmos ficar magras. Não podemos desprezar o risco de desenvolver doenças relacionadas à má-alimentação, mesmo porque (exagerando um pouco) ninguém sai por aí engolindo plástico (que também é um derivado do petróleo)...a não ser que um dia inventem que "plástico emagrece"! Brincadeiras à parte, vamos ser mais conscientes com nossas compras. Eu não compro mais aquele adoçante transparente só porque é baratinho. Tô fora!

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails